::Prostituição fator cármico::

Em uma de nossas reuniões doutrinárias, uma médium da corrente pediu informações sobre a visão da Umbanda sobre a protituição. Como não sou porta-voz da religião, deixo aqui minhas impressões.

Não podemos deixar de comentar que há várias causas: pela necessidade, pelo desvio de conduta espiritual e até mesmo por prazer em se prostituir e a causa que vamos abordar é a de cunho espiritual. 

No âmbito espiritual podemos ressaltar que o espírito ali preso na carne traz reaçãoes atávicas e lembranças do passado, não conseguindo se desvencilhar do fardo pesado que traz, o excesso da sexualidade.
Tais recordações são causadas por buracos na tela búdica, tema já citado em uma de nossas postagens e não vamos entrar no mérito. A Umbanda tem ferramentas para que esses flashes não venham à tona e assim poderemos melhorar a condição do ser encarnado em suas tarefas. São rituais específicos, onde há uma regressão daquele espírito até a fonte, com a supervisão espiritual necessária, para que seja minimizadas e até fechadas as lembranças.

O que não pode ser esquecido é que se um encarnado precisa passar por tal fator ou situação, o médium magista deve saber reconhecer muito bem ou será levado pela corrente cármica daquele encarnado. Corrente cármica é, no meu entendimento, a vida que deve ser passada com suas tarefas e provações. Caso venhamos a interferir numa vida, queira por piedade e até por pagamento, estaremos privando aquele espírito de sua purgação na terra por uma falta cometida. Estaremos atrapalhando ao invés de estar ajudando. Nem tudo é explicado no mundo Astral.

Vejamos uma passagem no T.U.E.Oxalá: há um bom tempo atrás, um filho da Casa viu se aproximar dois espíritos sendo que um estava acorrentado e o outro, com uma aparência estranha e feia, o trazia-o pela corrente como se fosse um cachorro. Com essa aproximação inusitada, esse médium veio até mim e disse-me o que poderíamos fazer pra salvar o espírito acorrentado de seu carrasco e respondi: -”Nada!”. Ele me olhou com espanto e, muito contrariado, me ouviu para que ele aguardasse o desfecho da situação. O acorrentado era um quiumba que o Guardião da Casa, Sr Exú Pinga Fogo(até então tratado por carrasco) estava trazendo para ser direcionado nos trabalhos que estavam sendo feitos naquela noite.

Muitos pais até incentivam seus filhos e filhas, por acharem “bonitinho” e atual, usarem roupas apertadas e curtas, imitando dançarinos de shows de TV. Com coreografias insinuantes, ao som de músicas com conotação sexual, vão deixando aflorar fatos de vidas passadas que deveriam estar quietas para que na hora certa sejam “resolvidas”.

Vão se fazendo virais na rede de internet, procurando avidamente likes e curtidas, buscando seu espaço para aparecer nas mídias e tentando um sucesso efêmero que somente trará falta de sossego para aquele espírito encarnado em algum momento de sua vida. Tudo o que é feito hoje refletirá no amanhã!

Não posso terminar sem falar sobre o absurdo de se colocar a culpa nos Exús de Lei sobre o desvio de personalidade. Se algum espírito que se apresenta na Umbanda cometeu seu erro ou foi um assassino, ladrão ou qualquer pária da sociedade, é impossível que ele reflita esses erros nas giras de caridade. Como colocaremos um marginal para guardar nossos bens? Como confiarmos nossas vidas espirituais a um assassino? Como colocaremos nossos filhos e filhas sob a proteção de uma prostituta, ou de uma dona de cabaré ou de um malandro?

Isso meus irmãos, está acontecendo normalmente por aí em terreiros despreparados e mal orientados, onde cada um faz o que quer. Dando crédito a quimbas, velhacos do baixo astral, hienas do purgatório, vampiros astrais, marginais do submundo.

Talvez seja porque algumas formas de prostituição já foram vinculadas a divindades, como nas primeiras civilizações da Mesopotâmia e do Egito, onde sacerdotisas prostitutas, consideradas sagradas, recebiam presentes em troca de favores sexuais. Na Grécia antiga, havia as hierodule, mulheres sagradas que ofereciam serviços sexuais em ocasiões especiais, mas não correspondiam exatamente ao que entendemos por prostitutas. Eram vistas como a encarnação de Afrodite e respeitadas pela população e pelos governantes por evocarem o amor, o êxtase e a fertilidade. Embora fossem escravas como as deikteriades (prostitutas cujos donos eram cidadãos comuns) tinham mais regalias que elas.

Mas o fato é que a prostituição feminina ou masculina não é de todo o mal que se carrega, nem tão pouco bajulada ou valorizada. É um problema social/espiritual que deve ser levado a sério e não combatido como outros segmentos religiosos pregam. 

Nosso Criador é tão justo e misericordioso que não deixará nenhuma de suas criações do lado de fora dos portões. Se é que esses portões existem!













Postar um comentário

0 Comentários