:: Cremação, uma visão Umbandista ::




Abença” aos mais velhos que eu e meu fraterno saravá a todos!

Sobre a cremação numa visão umbandista, posso falar sem medo de errar que a cremação é, antes de tudo, um desejo pessoal, uma escolha.

Um filho de santo tem todo o direito de desejar ser cremado seus restos, sua “casca”, mesmo porque ainda não vi nem ouvi um espírito, que teve seu corpo cremado por vontade própria ainda encarnado, reclamando do que ele sentiu ou deixou de sentir, o que o prejudicou ou o que lhe ajudou.

Hoje em dia, o “marketing” de empresas especializadas nesse ritual (sim, não deixa de ser um ritual), nos enfia goela abaixo que não devemos poluir a terra, que já está por demais prejudicada, e que esse é o método mais indicado para evitar o necro-chorume(não sei se existe essa palavra), funeral “verde” e por aí vai.
Isso é puro “marketing”! Você tem o livre desejo de ter seus despojos cremados ou não.
Mas há um porém, poderá haver ordem de seu Orixá para que não seja cremado, uma quizila daquele filho (espécie de “alergia” espiritual). Esse aspécto deixo para a fundamentação da cada casa mas, na Raíz de Guiné posso dizer que o filho de santo deve expressar sua vontade ao sacerdote para a confirmação do sim ou não para a cremação. Na maioria doas casos não há problemas algum, pode-se ter esta cerimônia em conjunto com o ato do funeral umbandista.

O mesmo penso é sobre a doação de órgãos, se seu perispírito é cópia de seu corpo material, ao doar uma córnea ele, seu duplo, também não terá córnea? Mas eu precisarei de córnea na vida além túmulo?

Por ser uma religião pouco fundamentada, muitos tem pontos de vistas diferentes mas, em se tratando de vida além túmulo, não serei ressuscitado!

Alguns Pais e Mães de Santo são contra, considerando que o corpo deve ser devolvido à Natureza. Tudo bem, mas as cinzas podem ser espalhadas em jardins ou jogadas ao mar. Inclusive, no crematório Municipal de Vila Alpina, São Paulo, pode-se despejar as cinzas em um jardim próprio para isso.

Ramatís diz que os corpos inumados (enterrados) podem sofrer a ação vampirizadora de alguns espíritos que ficam em busca de restos de energia vital. Pois bem, temos ciência da vampirização de seres de baixíssima vibração sobre os restos mortais, inclusive sobre os restos de certas oferendas depositadas nas ruas, mas se assim for, onde fica a sagrada tarefa dos exús das almas, espíritos especialmente preparados na tarefa de cuidar desse aspécto? Saibam que também há vários espíritos guardiões nos crematórios: Exú Pinga Fogo, Exu Brasa, Exu Como Fogo... Todos ordenados pela Lei de Umbanda. Também é dito por Ramatís que é necessário esperar alguns dias. Nada impede que aquele espírito devedor, ao desencarnar, seja perseguido nas câmaras frigoríficas de um crematório.

Outra corrente, baseada no que Chico Xavier disse há muito tempo, em entrevista ao famoso programa “Pinga fogo”, que durante a cremação pode haver dano do próprio perispírito. Particularmente, não concordo, exceto naqueles casos em que o desencarnado não conseguiu, por falta de méritos, auxílio das equipes espirituais especializadas em desligar o corpo físico dos envoltórios perispirituais e rompimento do cordão de prata. Isso também pode acontecer no caso de um funeral normal, sendo enterrado o bará, o espírito também pode sofrer, por tempo indeterminado, as impressões da deformação de sua forma perispiritual.

A população vem crescendo muito, doenças severas tem aparecido corriqueiramente, lençóis freáticos sem contaminação estão sendo raros, a fumaça produzida é queimada, ou seja, não polui o ar e nem deixa qualquer tipo de odor. Quem sabe se esse não é o futuro?

A Umbanda não proíbe a cremação e vê como uma excelente forma de preservar a Natureza.



A Cremação na visão Protestante

A Bíblia na verdade não se dirige especificamente ao assunto de cremação. Há exemplos no Velho Testamento de pessoas sendo queimadas até a morte (1 Reis 16:18; 2 Reis 21:6), e de ossos humanos sendo queimados (2 Reis 23:16-20), mas esses não são exemplos de cremação. É interessante notar que em Reis 23:16-20, queimar ossos humanos no altar profanava o altar. Ao mesmo tempo, a lei do Velho Testamento em nenhum lugar proíbe um corpo humano falecido de ser queimado, nem aplica qualquer maldição ou julgamento a uma pessoa que é cremada.
UMA DEFESA BÍBLICA EM FAVOR A INUMAÇÃO E CONTRA A CREMAÇÃO
GÊNESIS 3:19 DEUS DECLAROU A ADÃO: “NO SUOR DO SEU ROSTO, COMERAS O TEU PÃO, ATÉ QUE TORNES À TERRA; PORQUE DELA FOSTE TOMADO; PORQUE ÉS PÓ E EM PÓ TE TORNARÁS.”
Porque então alguns que crêem na ressurreição do corpo ousariam de cremar os corpos dos seus amados na fé ou pediram aos mesmos que queimassem os seus corpos depois que eles morressem? O próprio enterro do corpo é um testemunho da sua fé firmada na ressurreição. Ao contrário, a cremação do corpo é a negação da fé na ressurreição, mesmo que confessa em vida da sua fé nela.

A Cremação é expressamente proibida pelos ensinos do Velho Testamento.



A Cremação na visão católica

A Igreja Católica não se opõe à cremação, mas "proíbe" aos seus fieis fazerem lançamento das cinzas do corpo humano à terra, ao mar ou ao vento, defendendo ser essencial conservá-las "com dignidade".
Houve um tempo que, de fato, a Igreja proibiu a cremação dos corpos. Isso ocorreu logo após a Revolução Francesa quando as pessoas, descrentes da vida eterna e da ressurreição dos mortos, incineravam os cadáveres para “provar” que não haveria jeito de Deus ressuscitar ninguém. Ideia absurda.
Contudo, com o passar dos séculos, o perigo de irreligiosidade desapareceu em parte e o clima de protesto, usando a cremação como mote também. Por isso a proibição cessou. O Papa Paulo VI, em 1963, publicou a Instrução do Santo Ofício “Piam et constantem”, versando sobre o assunto:

A Santa Mãe Igreja - preocupada imediatamente com o bem espiritual dos fiéis, mas também atenta a outras necessidades - julga dever acolher essas solicitações, favoravelmente decidindo o que se segue:

-É preciso velar cuidadosamente por manter fielmente o costume de inumar os corpos dos fiéis defuntos; por isso, os Ordinários, por instruções e advertências oportunas, cuidarão de que o povo cristão não pratique a incineração e não abandone o uso da inumação, salvo quando constrangido pela necessidade.

-Todavia, para não aumentar mais do que o necessário as dificuldades que surgem das circunstâncias atuais e para não multiplicar os casos de dispensa das leis vigentes na matéria, pareceu-nos oportuno introduzir alguns abrandamentos nas prescrições do direito canônico relativo à incineração, de sorte que doravante as prescrições dos cânones 1203 § 2 (interdição de executar uma ordem de incineração) e 1240, § 1, 5º (recusa de sepultura eclesiástica aos que pediram que seus corpos fossem cremados) não são mais urgidas em todos os casos, mas somente quando consta que a cremação foi escolhida por negarem-se os dogmas cristãos ou no espírito sectário ou por ódio à religião católica e à Igreja.

-Segue-se disso igualmente que os sacramentos e as orações públicas não devem ser recusados, por este fato, aos que tiverem escolhido a cremação do corpo, a não ser que seja evidente que tal escolha foi feita pelas razões acima indicadas, contrárias à vida cristã.

-Para não enfraquecer a adesão dos fiéis à tradição eclesiástica, e para que apareça claramente que o espírito da Igreja é alheio à cremanção, os ritos da sepultura eclesiástica e dos sufrágios subsequentes não poderão jamais ser celebrados no próprio lugar da cremação, nem mesmo ao acompanhar simplesmente o translado do corpo. (DH 4400)

A legislação vigente sobre o assunto pode ser encontrada no Código de Direito Canônico, no cânon 1176, que diz:
Cân. 1176 § 1. Devem-se conceder exéquias eclesiásticas aos fiéis defuntos, de acordo com o direito.
§ 2. As exéquias eclesiásticas, com as quais a Igreja suplica para os defuntos o auxílio espiritual, honra seus corpos e, ao mesmo tempo, dá aos vivos o consolo da esperança, sejam celebradas de acordo com as leis litúrgicas.
§ 3. A igreja recomenda insistentemente que se conserve o costume de sepultar os corpos dos defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido escolhida por motivos contrários à doutrina cristã.

Todavia, apesar de a Igreja insistir veementemente no sepultamentos dos corpos, a cremação não é proibida, desde que não seja motivada pelo desejo de se negar a fé.




A cremação na visão espírita

Pensam alguns que se o seu corpo for queimado ou lesado haverá prejuízo para o seu ressurgimento no mundo espiritual. Entretanto, não é o corpo material que continua a viver além-túmulo nem é ele que irá ressurgir, reaparecer, mas sim o espírito com o seu corpo fluídico (perispírito), que nada tem a ver com o corpo que ficou na Terra.
É necessário observar que, se o Espírito estiver ligado ao corpo não sofrerá dores, porque o cadáver não transmite sensações ao Espírito, mas obviamente experimentará impressões extremamente desagradáveis, além do trauma decorrente de um desligamento violento e extemporâneo. Mas pense bem, enterrar o corpo é também algo horrível se o espírito permanecer preso a ele; a autópsia; a putrefação do corpo, os vermes devorando a carne putrefata, é também angustiante para o espírito. Entretanto devemos lembrar que o perispírito está em outra faixa vibratória, e que em circunstâncias normais não deve ser afetado, quer pela decomposição, quer pela cremação.
Entretanto, acreditamos que um espírito cujo corpo vai ser cremado, é desligado, talvez de forma violenta, mas não será queimado, mesmo que fique preso.
Sofrem mais os espíritos muito apegados à matéria, os sensuais, os que se agarram aos prazeres da vida. Mas respondendo objetivamente, acreditamos que não são sensações físicas, e sim emocionais, morais.
Para que o Espírito não se encontre ligado ao corpo físico, é recomendável um intervalo razoável após a morte (Emmanuel diz 72 horas), a fim de se ter maior segurança de que o desligamento perispiritual já tenha completado.

Emmanuel - “De quando em quando, amigos da Terra nos inquirem com respeito aos resultados possíveis da cremação que tenhamos porventura experimentado após o afastamento do corpo denso.
E efetivamente o assunto se reveste de significação e proveito, pelas repercussões do processo crematório no plano espiritual.
Por muito se examine, no mundo, a presença da morte física, conferindo-se-lhe foros de igualdade em quaisquer circunstâncias, o óbito não é idêntico no caminho de todos. Qual ocorre no berço, quando o renascimento estabelece condições diferentes, do ponto de vista orgânico, para cada um de nós, a separação do veículo terrestre está revestida de características originais para cada indivíduo. Além da existência comum na Terra, nem todas as criaturas se observam imediatamente exoneradas da inquietação e do trauma, da ansiedade ou do apego exagerado a si próprias.
Temos companheiros que, na desencarnação pelo fogo se liberam de improviso de qualquer conexão com os recursos que usufruíram na experiência material. Entretanto, encontramos outros, em vasta maioria, que embora a lenta desencarnação progressiva que atravessaram, se reconhecem singularmente detidos nas impressões e laços da vida material, notadamente nas primeiras cinqüenta horas que se seguem à derradeira parada cardíaca no carro fisiológico. Fácil observar, em vista disso, que o período de espera, no espaço razoável de setenta e duas horas, entre o enrijecimento do corpo físico e a cremação respectiva, é tempo valioso para a generalidade de todos aqueles que se encontram em trânsito de uma vida para outra.
Isso é compreensível porque se muitos irmãos dispensam semelhante cuidado, desde os primeiros instantes de silêncio no cérebro, outros, aos milhares, se observam vinculados aos tecidos inertes de que já se desvencilharam, no anseio, embora vão, de revivescê-los. À face do exposto, nós, os amigos desencarnados, nada poderíamos aventar fundamentalmente contra a cremação. No entanto, entendendo que os nossos amigos - os homens da Esfera Física - ainda não dispõem de instrumento para analisar os graus de extensão e de intensidade do relacionamento entre o espírito recém-desencarnado e os resíduos sólidos que lhes pertenceram no mundo, consideramos justo que se lhes rogue o citado período de repouso, a favor dos chamados mortos, em câmara fria que lhes conserve a dignidade da forma. Depois disso o sepultamento ou a cremação nada mais representam, para a alma, que a desagregação mais lenta ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se libertou.”
(Do livro "Caminhos de Volta", Francisco C. Xavier) (Revista Cristã de Espiritismo - Nº 06 - Ano 01)

O Espiritismo não recomenda nem proíbe a cremação. Depende da consciência de cada um.


Saiba com é o processo da cremação:

Cremação é a total queima do corpo humano, sendo reduzido a cinzas, em fornos especiais a temperaturas altíssimas, fazendo carne, ossos e cabelos evaporarem. Só algumas partículas inorgânicas, como os minerais que compõem os ossos, resistem a essas temperaturas.

No Japão, a cremação foi adotada com o advento do budismo, em 552 d.C., importado da China. Como em outras localidades, ela foi aceita primeiramente pela aristocracia e a seguir pelo povo. Incentivados pela falta de lugares para sepultamento, pois o Japão possui pouquíssimo espaço territorial, os japoneses incrementaram significativamente a prática. Em 1867, foi promulgada uma lei que tornava obrigatório incinerar as pessoas mortas por doenças contagiosas para um controle sanitário eficaz e eficiente, bem como para racionalizar e obter melhor uso da terra. Os cidadãos passaram a considerar normal cremar todos os mortos e todas as religiões passaram a recomendá-la.

A cremação no Brasil exige que a pessoa registre em cartório o desejo de ser cremado, ou então que o parente mais próximo requisite o serviço. Já a disposição final das cinzas é livre, podendo ser conservadas em jazigos ou entregues a um depositário de cinzas.

O primeiro crematório com fins funerais inaugurado no Brasil foi o crematório municipal de Vila Alpina, na cidade de São Paulo, no ano de 1974.
Em 2008 praticamente todos os estados brasileiros dispõem de um crematório, sendo que a Grande São Paulo conta com três deles. As cinzas não retiradas dos crematórios são, via de regra, espalhadas nos jardins que entornam os crematórios.
                                   

Apesar da aparência de prática moderna, a cremação é uma tradição de quase 3 mil anos. Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: os gregos, por exemplo, cremavam seus cadáveres por volta de 1.000 A.C. e os romanos, seguindo a mesma lista de tradição, adotaram a prática por volta do ano 750 A.C. Nessas civilizações, como a cremação era considerada um destino nobre aos mortos, o sepultamento por inumação ou entumulamento era reservado aos criminosos, assassinos, suicidas e aos fulminados por raios (considerada até então uma "maldição" de Júpiter). As crianças falecidas mesmo antes de nascerem os dentes também eram enterradas.

O custo de uma cerimônia como essa, varia no Brasil de R$ 5.000,00 a R$ 12.000,00 com todas as facilidades e coberturas de um funeral completo desse tipo porém, no fim de tudo, pode ser opção econômica, enquanto um sepultamento simples custa pelo menos 200 reais, o serviço pago em um crematório público numa cidade como São Paulo, por exemplo, sai a partir de 105 reais e há necessidade de um caixão. A família nunca é autorizada a acompanhar a cremação em si pois pode ser um tanto traumático.


O Processo
- O processo de cremação começa quando a pessoa ainda está viva. Não se assuste — é que ela precisa registrar em cartório a vontade de ter seu corpo transformado em pó. Em relação a um sepultamento comum, as diferenças aparecem depois do velório, quando o caixão não é levado até a cova, mas para uma sala refrigerada. Em alguns crematórios, um elevador se abre no chão e desce com o corpo até o andar de baixo, onde ficam as geladeiras

- No subsolo funciona a chamada câmara fria. No crematório de São Paulo, por exemplo, o cômodo gelado é uma sala revestida de azulejos e com isolamento térmico, onde ficam prateleiras metálicas com capacidade para até 4 caixões. Os falecidos passam 24 horas no frio. Nesse período, a família ou a polícia podem requisitar o corpo de volta, no caso de mortes violentas como assassinatos.

- Depois de um dia na geladeira, o cadáver entra em um forno com todas as roupas e ainda dentro do caixão — apenas as alças de metal são retiradas. Sustentado por uma bandeja que impede o contato direto com o fogo, o caixão é submetido a uma temperatura de 1200 ºC. Esse calor faz a madeira do caixão e as células do corpo evaporarem ou volatilizarem, passando direto do estado sólido para o gasoso. O cadáver começa a sumir.

- Depois de até duas horas no forno, apenas partículas inorgânicas como os óxidos de cálcio que formam os ossos resistem à onda de calor. Esses restos são colocados no chamado moinho, uma espécie de liquidificador que tritura os ossos com bolas de metal que chacoalham de um lado para o outro.

- O moinho funciona por cerca de 25 minutos. Depois dessa etapa, as cinzas em pó são guardadas em urnas e entregues à família do morto. No final do processo, uma pessoa de 70 quilos fica reduzida a menos de um quilo de pó. Em uma cidade como São Paulo, uma cremação custa a partir de 105 reais, metade do preço de um enterro simples

INFOGRÁFICO


Então meu irmão de fé, decida e escolha o destino de seus restos mortais sem medo e sem qualquer culpa. Meu fraterno saravá e até outra oportunidade.


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